A produtividade do agronegócio brasileiro se destacou muito nos últimos anos. A tecnologia e o clima foram fatores que contribuíram para o país ter vantagem competitiva em relação à Europa.
As terras do Cerrado e seu clima tropical fizeram a diferença e o Brasil passou a colher duas safras por ano: uma no inverno e outra no verão. Logo, esse foi um fator determinante para passar de país importador de alimentos ao longo dos anos de 1980, para o maior exportador.
O QUE DIZ A ONU
De acordo com a FAO (agência especializada da ONU que lidera os esforços internacionais para erradicar a fome), desde 2017, o Brasil, de forma individual, é o maior exportador líquido de alimentos para o resto do mundo. Isso se deve pela tecnologia tanto das máquinas quanto nas pesquisas.
Quanto a safra de milho, por exemplo, o Brasil passou de importador para o posto de maior exportador de milho do planeta em 2023, ultrapassando os Estados Unidos. A safra de inverno, que antigamente era tida como uma aposta, foi quase quatro vezes maior do que a safra de verão em 2023.
Em pouco mais de quatro décadas, a produtividade das lavouras de milho da safra de inverno aumentou 11 vezes. Isso abriu espaço para que a soja – outra gigante nacional – ocupasse a maior parte dos campos no verão, principalmente no Cerrado.
O QUE DIZ A EMBRAPA
Segundo a Embrapa, a tecnologia ajudou a região a se especializar em culturas típicas de climas mais amenos.
A região Sul deixou de ser o grande produtor de soja, além disso Paraná e São Paulo que se destacavam na produção de café perdeu esse posto e , hoje, o grande produtor de café é o cerrado brasileiro.
O fator climático com constância da incidência do sol se diferencia dos europeus. Logo, o potencial de produção do Brasil é muito alta.
Plantar várias safras, ao longo do ano e em uma mesma área, é uma vantagem do Brasil em relação aos países que enfrentam inverno rigoroso, como a França, onde os produtores rurais (início de 2024) protestaram contra um possível aumento da importação de produtos agrícolas. O frio extremo Europeu inviabiliza uma segunda safra.
Além disso, a Embrapa conseguiu mostrar esse potencial da agricultura tropical com muita eficiência, pesquisando, principalmente, genética, manejo das culturas, pesquisando muito os solos. A rotação de cultura, por exemplo, é muito eficiente porque ela quebra ciclo de doenças e pragas, tornando uma agricultura mais sustentável, fato que na Europa eles não conseguem fazer. Por isso várias empresas da Europa – principalmente da Alemanha, da França, da Inglaterra – estão buscando informações aqui sobre esse potencial.
PROBLEMA ENTRE OS BLOCOS ECONÔMICOS
Enfim, com mais safras no ano e muita tecnologia, o solo brasileiro produz mais do que o da Europa. Isso explica o porquê que o europeu se opõe tão fortemente ao acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, pois consideram uma concorrência desleal. O epicentro dos protestos é a França, onde a pressão sobre o presidente Emmanuel Macron tem crescido no início de 2024, em especial, por causa desse acordo comercial entre os blocos econômicos.
DICAS
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